Nesta semana, um trecho de uma missa conduzida por Dom Adair José Guimarães, bispo da Diocese de Formosa (GO), viralizou nas redes sociais. Durante celebração em 13 de outubro, no povoado da Lagoa, em Cabeceiras de Goiás, o bispo trouxe reflexões críticas sobre o cenário político e a justiça brasileira.
Dom Adair expressou sua visão de que o país vive sob uma “ditadura”, referindo-se à existência de “presos políticos” e “exilados”. Ele apontou para as detenções dos presentes no 8 de janeiro, argumentando que muitas dessas prisões carecem de justificativas sólidas e que muitos brasileiros enfrentam processos sem o direito de defesa.
O bispo comparou o caso de Débora Rodrigues, que, mesmo com filhos pequenos, está presa por escrever “Perdeu, mané” na estátua da Justiça durante os atos de 8 de janeiro, com o de Adriana Ancelmo, esposa do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, que, após sua condenação, obteve prisão domiciliar para cuidar dos filhos. “A mulher do corrupto pode, esses têm direito”, comentou Dom Adair, criticando o que vê como uma diferença de tratamento.
Dom Adair também afirmou que autoridades tendem a beneficiar quem está “do lado estranho”, enquanto valores como família, liberdade e propriedade estão sendo cada vez mais desconsiderados. “Isso não é próprio de uma democracia”, concluiu, reforçando sua preocupação com a atual situação do país.