A controvérsia entre as cantoras ganhou destaque em dezembro do ano passado, após viralizar um vídeo de um ensaio de verão de Claudia Leitte. No registro, ela teria alterado o verso “Saudando a rainha Iemanjá” para “Eu canto meu Rei Yeshua”, da música Caranguejo. Entretanto, a cantora já utiliza essa versão adaptada há mais de 17 anos, como comprovado por um trecho do programa Uma Hora de Sucesso, exibido pelo SBT em 2008.
A cantora Claudia Leitte se declara evangélica. Ela foi batizada na Igreja Católica, mas se converteu ao evangelho em 2012. Claudia Leitte já falou sobre sua fé em programas de televisão, como o Faustão na Band. Ela disse que a sua escolha de ser cristã foi consciente e que a sua fé a fortalece.
O suposto ato de alterar a letra gerou grande polêmica no meio artístico, com acusações de intolerância religiosa e debates nas redes sociais.
Na época, o então secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Pedrinho Tourinho, comentou sobre o assunto em uma publicação que recebeu a curtida de Ivete. Sem citar diretamente o nome de Claudia, ele afirmou:
“Se é para celebrar os 40 anos do Axé Music, que seja para celebrar com respeito, fortalecendo seu fundamento, ajustando desequilíbrios, valorizando sua verdade, avançar caminhando pela frente.”
Ele ainda classificou o ocorrido como “racismo religioso” e destacou: “Não podemos admitir desrespeito, apropriação e retrocesso. Quando um artista que se diz parte desse movimento saúda o povo negro e a cultura, reverencia a percussão e a musicalidade.”
Após a repercussão, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) abriu um inquérito contra Claudia Leitte ainda em dezembro. Nesta semana, o MP convocou uma audiência pública para o dia 27 de janeiro, às 14h, no auditório de sua sede em Salvador, para tratar de denúncia relacionada à cantora.
Na última quarta-feira (8), surgiram informações de que Claudia teria bloqueado Ivete no Instagram, o que levou ao unfollow mútuo entre as artistas na plataforma. Embora nenhuma delas tenha se manifestado oficialmente, o episódio foi interpretado como um reflexo da tensão provocada pela polêmica.