Recentemente, o ator global Juliano Cazarré expressou publicamente seu apoio ao “PL do Aborto”, o que gerou críticas e ataques, inclusive por parte de colegas de emissora.
Por meio do Instagram, Cazarré argumentou que todo aborto é um assassinato de um inocente e diz que a demanda por adoção de bebês é muito maior do que a oferta de crianças disponíveis.
“Todo aborto é o assassinato de um inocente. Então, mesmo nos casos mais extremos, como por exemplo, um estupro, o assassinato da criança não apaga o crime, não vai fazer com que aquele trauma vá embora, e é, na maioria das vezes, mais um trauma na vida de uma mulher já traumatizada. Após 22 semanas de gestação, o feto já tem a possibilidade de viver fora do útero, ou seja, de nascer e quem não quiser criar o filho, pode entregar o filho para adoção. A fila de pessoas querendo adotar um bebê é muito maior do que a oferta de crianças para serem adotadas.”
Um ataque que viralizou contra Cazarré veio do também ator da Globo, José de Abreu. Na rede social X, Abreu chamou Cazarré de “reacionário” e “burro”.
“Reacionário do caralh*. Burro pra cacete. Cego pela religião que nem entende.”
“Quando a religião abate a inteligência, acontecem esses abortos intelectuais.”
Cazarré então mandou uma indireta por meio de um storie para Zé de Abreu, fazendo alusão a um famoso caso onde o ator cuspiu na cara de um casal em restaurante.
“Xingar e cuspir é fácil, difícil é provar que a vida não começa no momento da concepção.”
Após receber muitas críticas e ataques, o ator publicou um novo vídeo. No novo pronunciamento, visando fornecer contexto para sua posição sobre o projeto de lei, Cazarré revelou que seu filho mais velho, Vicente, é adotado.
“Meu filho, Vicente, é adotado. Eu adotei o Vicente porque, quando eu reencontrei a Letícia, quando a gente se reencontrou para ficarmos juntos, para namorar e se amar – porque a gente se conhecia como amigos – Letícia estava grávida”
Sobre o PL 1904/24
O projeto de lei que endurece a legislação contra o aborto equipara a prática ao homicídio quando realizada após a 22ª semana de gestação, mesmo nos casos legais. A Câmara aprovou na quarta-feira (12) a urgência do projeto, permitindo que ele seja pautado diretamente no plenário, sem passar por comissões. No entanto, após repercussão negativa devido à pena elevada de até 20 anos, é provável que o projeto não seja votado.
De autoria do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), o projeto foi proposto após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspender liminarmente a resolução do Conselho Federal de Medicina que proibia o uso de uma técnica clínica (assistolia fetal) para a interrupção de gestações acima de 22 semanas decorrentes de estupro.