O Brasil enfrenta uma onda intensa de queimadas, e as divergências sobre os culpados ganham destaque. Para alguns militantes de esquerda, o agronegócio é o principal responsável; para os artistas aliados ao governo Lula, as mudanças climáticas têm um papel central. Curiosamente, o governo Lula parece isento de críticas em comparação ao governo anterior, quando o então presidente Bolsonaro era amplamente responsabilizado pelas queimadas.
O apresentador Ratinho, conhecido por seu posicionamento contundente, manifestou-se sobre o tema após uma viagem ao Pantanal. Durante uma pescaria com amigos, ele se deparou com uma densa fumaça na região, o que, segundo ele, dificultou até o pouso do avião. Em um vídeo gravado no local, Ratinho criticou a postura dos artistas que, durante o governo Bolsonaro, frequentemente cobravam medidas para lidar com a seca e os incêndios.
“Cadê vocês agora?”, questionou o apresentador. “No governo anterior, vocês estavam sempre na mídia, falando da seca e das queimadas. Hoje, temos ministérios voltados para o meio ambiente e os povos indígenas, e mesmo assim o fogo consome nossas florestas. Por que o silêncio agora? Vocês morreram? Vem aqui apagar o fogo agora.”
Ratinho também ressaltou que, tanto no Pantanal quanto na Amazônia, queimadas são um fenômeno recorrente, e que a natureza tem sua parcela de responsabilidade. Para ele, as críticas no governo anterior foram, em grande parte, movidas por interesses políticos.
Enquanto o debate continua, os dados sobre as queimadas são alarmantes. De acordo com o MapBiomas, o Brasil perdeu, apenas no mês de agosto, uma área equivalente ao território do estado da Paraíba devido aos incêndios. O “Monitor do Fogo”, plataforma criada em 2019, aponta que o país nunca enfrentou uma situação tão grave quanto a atual.
Comparando agosto de 2024 com o mesmo período de 2023, houve um aumento impressionante de 149% na área queimada, saltando de 3,3 milhões de hectares.
Segundo o “Programa Queimadas” do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram registrados 68.635 focos de incêndio no mês passado, o maior número desde 2010, durante o segundo mandato do ex-presidente Lula, quando foram detectados 90.444 focos.