O bloqueio do X pelo ministro Alexandre de Moraes gerou repercussão negativa tanto nacional quanto internacionalmente, assim como o bloqueio financeiro da empresa de internet Starlink, de Elon Musk.
O ex-global Tiago Leifert criticou a decisão monocrática de suspensão da rede social, declarando: “Eu vou defender o direito desses caras que eu não gosto de se manifestarem. Censurar não é o caminho. Se você se sente ofendido [por alguma publicação no X], procure seus direitos como eu fiz.”
Luciano Huck, atual apresentador da Globo, também se manifestou contra a decisão do ministro do STF durante o SemináRIO, promovido pelo Grupo Esfera, no Rio de Janeiro. “Sou contra o que aconteceu hoje. Acho muito ruim para o Brasil quando você mistura o Judiciário, de forma tão imperativa, ao dia a dia das empresas”, afirmou Huck.
No mesmo evento, Marcelo Claure, vice-presidente global da Shein, alertou que o governo brasileiro pode perder “muita credibilidade” com a decisão do ministro. Já na GloboNews, o jornalista Demétrio Magnoli foi uma das poucas vozes críticas à proibição do X, afirmando que o Brasil tem uma tendência a admirar um “xerife” que viola a lei em nome de um suposto bem.
Na Expert XP 2024, durante um painel sobre o futuro do legislativo, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, criticou o bloqueio das contas da StarLink, afirmando: “A demanda jurídica que há em torno do X não deveria nunca ter extrapolado para haver bloqueio de contas da empresa StarLink. Esse é um pensamento individual que eu terei.”
Internacionalmente, o bilionário americano Bill Ackman, fundador da Pershing Square Capital, que administra mais de US$ 16 bilhões em ativos, também criticou a decisão, alegando que ela coloca o Brasil em um quadro de “mercado não investível”. Ele afirmou: “O fechamento ilegal do X e o congelamento de contas na StarLink no Brasil colocaram o país em um caminho rápido para se tornar um mercado não investível.”
O jornal norte-americano The New York Times repercutiu a ordem de suspensão da rede social na noite de sexta-feira, classificando como “altamente incomum” a decisão de proibir VPNs e multar em R$ 50 mil diários quem usar a ferramenta. A publicação destacou ainda que a decisão coloca o Brasil ao lado de nações autoritárias.
Já o Financial Times acrescentou que “a proibição do X colocaria o Brasil entre um grupo de nações autocráticas, como a Coreia do Norte e a Venezuela, que também proíbem a plataforma.”