Tudo sobre as explosões causadas por Tiu França em Brasília-DF

O chaveiro Francisco Wanderley Luiz, também conhecido como Tiu França, de Santa Catarina, foi até o centro de Brasília, jogou bombas em frente ao STF e, em seguida, se matou. Antes disso, ele teria explodido seu carro no estacionamento do Anexo IV da Câmara dos Deputados. Fogos de artifício e tijolos foram encontrados no porta-malas do veículo.

Ontem, durante uma coletiva, a governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão (PP), afirmou que Francisco teria tentado entrar na sede do STF com explosivos presos ao corpo, mas não conseguiu.

Em depoimento à Polícia Civil, um dos seguranças do STF relatou que viu o indivíduo agindo de forma suspeita em frente à estátua do tribunal. Segundo o segurança, o homem carregava uma mochila, que colocou no chão para retirar um extintor e uma blusa, lançando-a em direção à estátua. O segurança também notou um objeto semelhante a um “relógio digital”, suspeitando que pudesse ser um explosivo.

Ainda conforme o depoimento, Francisco teria saído para a lateral e lançado dois ou três artefatos, que explodiram. Em resposta, o segurança solicitou apoio imediato. Francisco então teria deitado no chão, acendido o último artefato e o colocado sob a cabeça como um travesseiro, aguardando a explosão.

As investigações apontaram que Francisco usava um chapéu branco e roupas com estampas de baralho, possivelmente fazendo referência ao personagem Coringa, conhecido por seu comportamento caótico nos quadrinhos.

Francisco publicava mensagens desconexas em seu perfil no Facebook, incluindo sobre o ataque de ontem. Ele escrevia recados para si mesmo no WhatsApp, tirava prints e postava em seu perfil. Após o caso, o Facebook tirou seu perfil do ar.

Pelo fato de ele ter sido candidato a vereador pelo PL, em Rio do Sul-SC, a velha mídia passou a tratá-lo como bolsonarista. No entanto, ele foi candidato pelo partido em 2020, quando o ex-presidente Jair Bolsonaro ainda não era filiado ao PL. O ex-presidente só se filiou ao partido em 2021.

Em seu perfil no Facebook, Francisco também publicou um print de uma mensagem pedindo para que Lula e Bolsonaro se afastassem da política, expressando o desejo de acabar com a polarização no Brasil. “Esse é o momento de vocês provarem quem vocês são. O povo é um só”, dizia um trecho da mensagem.

Após pressão nas redes sociais, a revista Veja apagou um post no X que o chamava de bolsonarista e alterou títulos de matérias.

O líder da oposição na Câmara, deputado Filipe Barros, divulgou uma nota em que critica as “narrativas mentirosas” que, segundo ele, buscam associar o ex-presidente Jair Bolsonaro e a direita brasileira ao autor do ataque. Barros afirmou que essas alegações têm como intenção interferir no andamento do Projeto de Lei da Anistia.

“A Liderança da Oposição repudia as mentirosas narrativas que, de forma covarde, tentam vincular o presidente Bolsonaro e a direita brasileira ao autor do trágico episódio registrado em Brasília. Essa manobra rasteira tem o claro objetivo de atrapalhar o andamento do PL da Anistia – que será um passo crucial para a pacificação nacional.

Vamos aos fatos:

  1. As autoridades policiais e os depoimentos de testemunhas relatam que se tratou de um ato de suicídio (e não uma tentativa de ataque aos poderes constituídos).
  2. O indivíduo teve uma candidatura fracassada em 2020, período no qual Bolsonaro sequer estava filiado ao PL.
  3. Além disso, em mensagens publicadas em suas próprias redes sociais, o autor deixou clara sua rejeição aos presidentes Bolsonaro e Lula.

A esquerda, além de não se compadecer de um suicida, quer usar o corpo morto, ainda estirado no asfalto, para atingir seus objetivos políticos e enterrar o PL da Anistia, demonstrando absoluto desprezo pela dor dos familiares do homem.

Em um momento no qual o Brasil clama por união, devemos lutar para que a verdade prevaleça sobre interesses políticos mesquinhos e narrativas distorcidas”, disse o comunicado.

Em novo comunicado em suas redes sociais, a governadora trouxe atualizações sobre o caso.

Policiais que realizaram buscas no apartamento alugado por Francisco em Ceilândia, região administrativa do Distrito Federal, encontraram um recado para Débora Rodrigues, presa por participar dos atos de 8 de janeiro de 2023 e por pichar a frase “Perdeu, mané” na estátua “A Justiça”, em frente ao STF.

No espelho do banheiro da casa alugada, as imagens mostraram o nome Débora Rodrigues escrito com batom vermelho. Mais abaixo, havia o seguinte texto: “Por favor, não desperdice batom! Isso é para deixar as mulheres bonitas. Estátua de merda se usa TNT.”

Com base nisso e no vídeo completo do ocorrido divulgado posteriormente, parece provável que o objetivo de Francisco fosse danificar a estátua em frente ao STF, e que os artefatos utilizados fossem fogos de artifício, com potencial para causar danos, mas sem a complexidade de explosivos profissionais.

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