A Jovem Pan e o apresentador Emílio Surita, do programa Pânico, viraram alvos de uma investigação da Polícia Federal por causa da famosa imitação feita por Emílio do jornalista Marcelo Cosme, âncora de telejornais da Globo e GloboNews. A abertura do inquérito foi motivada por uma denúncia protocolada no Ministério Público pela futura vereadora Amanda Paschoal, do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL).
A imitação foi realizada durante a edição de 23 de julho do Pânico, transmitida pela TV Jovem Pan, no rádio e no YouTube. Na ocasião, o apresentador do Pânico começou a caminhar pelo estúdio e a ironizar os trejeitos do âncora do Em Pauta.
Na época, muitos enxergaram a imitação como uma grande brincadeira do apresentador, já que o Pânico é um programa de humor.
No dia seguinte ao ocorrido, a Jovem Pan se pronunciou com um pedido de desculpas. Em uma publicação na rede social X (antigo Twitter), a emissora classificou o episódio como uma “brincadeira muito infeliz” e afirmou que o programa “não teve qualquer intenção de discriminar” o jornalista.
No entanto, o jornalista fez um extenso desabafo nas redes sociais, considerando a imitação um ato criminoso.
A denúncia inicial foi feita ao Ministério Público no início de agosto, menos de duas semanas após a imitação. Em novembro, dois meses depois dos primeiros despachos da denúncia pelo Ministério Público, Cosme e Emílio Surita prestaram depoimentos, assim como a vereadora Amanda Paschoal.
Na movimentação mais recente do processo, que corre em segredo de Justiça e já foi acolhido pela Polícia Federal, o delegado Renato Pereira de Oliveira determinou a abertura de um inquérito policial para apurar uma possível ocorrência prevista no art. 20 da Lei do Racismo, além de outras que possam ser constatadas no curso da investigação.
O valor de uma eventual condenação de Emílio Surita e da Jovem Pan, que pode ultrapassar a casa dos R$ 3 milhões, será integralmente revertido para associações de apoio à causa LGBTQIA+.