Donald Trump alerta para censura no Brasil ao ir contra banimento do TikTok nos EUA

Em um movimento inesperado, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, apresentou à Suprema Corte americana um pedido para suspender o banimento do TikTok no país. A mudança surpreende, especialmente por Trump ter liderado, em seu mandato anterior, tentativas de proibir a rede social sob acusações de espionagem chinesa. Desta vez, o foco de sua argumentação é outro: o risco de ações semelhantes abrirem precedentes para censura em democracias frágeis, com destaque para o Brasil.

O banimento do TikTok, aprovado pelo Congresso dos Estados Unidos, foi justificado como uma medida de proteção contra a influência chinesa. Contudo, Trump argumenta que a decisão ameaça a liberdade de expressão, um princípio que, segundo ele, deveria estar acima de disputas geopolíticas.

“Proibir uma rede social com milhões de usuários não é apenas uma questão de segurança nacional, mas também de liberdade. Devemos ter cuidado para não nos tornarmos o que combatemos,” disse Trump.

Em petição à Suprema Corte, Trump trouxe à tona o episódio envolvendo Elon Musk e Alexandre de Moraes, quando a rede social X (antigo Twitter) foi bloqueada em todo o Brasil por ordem do ministro do STF. A decisão ocorreu após a plataforma se recusar a remover perfis críticos ao governo e ao STF, acusados de disseminar desinformação e ameaçar magistrados.

Essa ação gerou críticas internacionais, sendo vista como uma medida autoritária que limitou a liberdade de expressão no país.

“Não podemos permitir que os Estados Unidos sigam o mesmo caminho. Se permitirmos que redes sociais sejam banidas aqui, outros governos autoritários usarão isso como justificativa para reprimir seus cidadãos,” afirmou Trump.

“O que aconteceu no Brasil é um exemplo claro do que pode sair do controle. Não podemos permitir que os EUA inspirem ações semelhantes,” afirmou Trump.

O caso do bloqueio do X no Brasil colocou em evidência o clima de instabilidade política e as limitações das instituições democráticas. Sob a justificativa de combater desinformação, o país viu uma medida controversa que prejudicou a livre troca de ideias online. Analistas apontam que essa ação enfraqueceu ainda mais a imagem do Brasil no cenário internacional, destacando-o como um exemplo de fragilidade democrática.

A defesa do TikTok por Trump está sendo interpretada por analistas como uma tentativa de fortalecer sua base entre jovens eleitores, enquanto resgata um discurso pró-liberdade de expressão. Ainda assim, críticos apontam para o contraste em relação à sua postura anterior, quando tentou banir a mesma plataforma por questões de segurança.

Independentemente da motivação, o caso evidencia os desafios globais para equilibrar a segurança nacional e a preservação de direitos fundamentais. O Brasil, novamente, emerge como um exemplo preocupante de como decisões autoritárias podem minar a confiança em sistemas democráticos, enquanto os olhos do mundo se voltam para as implicações dessa nova disputa em solo americano.