Eduardo Bolsonaro anuncia exílio nos EUA e denuncia perseguição política

O deputado federal Eduardo Bolsonaro filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, anunciou nesta semana sua decisão de se licenciar do mandato parlamentar e buscar asilo político nos Estados Unidos. A medida ocorre em meio a uma escalada de investigações e processos judiciais que visam não apenas ele, mas toda a sua família. Para Eduardo e seus aliados, o Brasil vive um período de forte repressão política, onde opositores do governo enfrentam perseguição sistemática.
Desde o final de fevereiro nos EUA, Eduardo Bolsonaro justificou sua decisão como uma forma de escapar de um ambiente de hostilidade e injustiça. Ele declarou que o Brasil “não vive mais uma democracia” e que pretende buscar apoio internacional para denunciar os abusos cometidos contra ele e sua família. Além disso, afirmou que sua luta será pela anistia dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, que foram tratados como tentativa de golpe, mas que, para ele e seus apoiadores, representam a indignação de um povo que clama por justiça.
A perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro e seus familiares se intensificou nos últimos meses, com acusações que poderiam resultar até mesmo na prisão do ex-mandatário. Eduardo, por sua vez, teme pela segurança de seu pai e pelo uso do aparato estatal como ferramenta de vingança política. A repressão, segundo seus aliados, tem como objetivo silenciar a oposição e consolidar um regime autoritário disfarçado de democracia.
A saída de Eduardo Bolsonaro do país provocou uma grande repercussão no cenário político. Enquanto governistas o acusam de “covardia”, seus apoiadores destacam que ele é vítima de perseguição implacável e que sua decisão reflete a gravidade da situação no Brasil. O deputado petista Rogério Correia expôs, sem perceber, a natureza política do cerco a Eduardo ao declarar: “Se Eduardo Bolsonaro voltasse ao Brasil, Alexandre de Moraes, a pedido nosso, iria confiscar o passaporte dele e ele não poderia voltar aos EUA.” A afirmação reforça a narrativa de que há um plano arquitetado para impedir qualquer tipo de resistência por parte da oposição.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) teve cinco dias para se manifestar sobre a apreensão do passaporte do deputado, mas estranhamente deixou o prazo expirar sem qualquer resposta. No entanto, após Eduardo Bolsonaro anunciar seu exílio político e mais de dez dias depois do prazo ter sido ignorado, veio um pronunciamento contra a apreensão. O roteiro dessa perseguição parece cada vez mais evidente, demonstrando que há interesses políticos claros em manter a família Bolsonaro sob constante ataque.
Personalidades da direita saíram em defesa do deputado. Lucas Pavanato declarou que Eduardo é “um dos poucos com coragem para enfrentar a ditadura que se forma no Brasil” e pediu apoio à sua causa.
A deputada Júlia Zanatta também questionou a recente decisão de Alexandre de Moraes de arquivar um pedido de apreensão do passaporte de Eduardo:
“Seria medo esse RECUO ou apenas para enganar bobo? O que vocês acham? A repercussão de um deputado exilado nos EUA sem ter cometido crime algum seria péssima para os ditadores.”
Em uma entrevista ao programa Conversa Timeline, Eduardo Bolsonaro foi às lágrimas ao ser questionado sobre a posição de seu pai em relação ao exílio e a possibilidade de nunca mais vê-lo pessoalmente.
Nos Estados Unidos, Eduardo Bolsonaro pretende buscar apoio internacional e pressionar por sanções contra as autoridades brasileiras responsáveis pelas investigações contra sua família. Utilizando mecanismos como o Magnitsky Act, ele quer expor mundialmente as violações de direitos humanos e as arbitrariedades cometidas pelo Judiciário brasileiro.
A saída de Eduardo Bolsonaro do Brasil representa um marco na história política recente do país. O episódio escancara o clima de perseguição e repressão imposto pelo atual regime, levantando questionamentos sobre o futuro da democracia brasileira. O exílio do deputado reforça a polarização do país e a necessidade de um debate mais amplo sobre as garantias constitucionais e a liberdade política no Brasil.