Manifestação em Copacabana reúne milhares de pessoas e gera debates nas redes sociais

No domingo, 16 de março de 2025, a praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, foi palco de uma manifestação convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em defesa da anistia para os envolvidos nos eventos de 8 de janeiro de 2023. O ato, que atraiu milhares de pessoas, gerou divergências nas estimativas de público e acirrou a disputa narrativa entre apoiadores e críticos do ex-presidente.
O Monitor do Debate Público no Meio Digital, do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), da Universidade de São Paulo (USP), utilizando um software de inteligência artificial para análise de imagens aéreas, estimou a presença de aproximadamente 18,3 mil pessoas no momento de pico, às 12h. Esses números foram amplamente divulgados na mídia, inclusive na Globo, no Fantástico.
No entanto, a Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMERJ) afirmou que mais de 400 mil pessoas compareceram ao ato, número considerado mais próximo da realidade por muitos observadores.
Durante o discurso, Bolsonaro criticou a atuação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, nas eleições de 2022, e as condenações impostas aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. Ele também afirmou que uma eleição sem sua participação não seria democrática, reafirmando sua intenção de continuar na luta política, mesmo diante das acusações que enfrenta.
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) também discursou no evento, onde afirmou que os presos pelo 8 de Janeiro, de forma injusta, estão “perdendo a vida”. Ele ainda criticou o ministro do STF, Alexandre de Moraes, destacando que, apesar de não ter recebido votos, tem tomado decisões que afetam diretamente a vida das pessoas.
Nas redes sociais, apoiadores do governo Lula compartilharam imagens da manifestação antes do horário de pico, sugerindo que o evento teve baixa adesão. A própria Revista Veja denunciou a malandragem dos governistas.
Essa estratégia foi criticada por aliados de Bolsonaro, que alegaram que a divulgação de fotos antes da concentração máxima do público não refletia a real dimensão do ato. Para eles, a iniciativa seria uma tentativa de minimizar o impacto da manifestação e um sinal de que o evento incomodou setores da esquerda política.
A divergência nas estimativas de público e a disputa narrativa em torno do sucesso ou fracasso da manifestação refletem a polarização política no país e a importância simbólica atribuída a eventos dessa natureza. Enquanto alguns afirmam que o evento foi um sucesso, outros destacam que o número de participantes ficou abaixo das expectativas iniciais, que chegavam a prever 1 milhão de pessoas.