Jornalista Paulo Figueiredo é multado em R$ 102 milhões pela CVM
O jornalista e empresário Paulo Figueiredo, neto do ex-presidente João Figueiredo, último presidente do regime militar, foi multado em R$ 102 milhões pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Em 2019, Paulo Figueiredo foi denunciado pelo Ministério Público do Distrito Federal por supostamente integrar um esquema de corrupção no Banco de Brasília (BRB). Ele teria participado de um fundo de investimentos acusado de pagar propinas a ex-dirigentes do banco em troca de aportes. A acusação envolve possíveis fraudes relacionadas ao projeto Trump Hotel, iniciado há uma década. Esse projeto, associado a Donald Trump, foi interrompido em 2019 após investigações da Operação Circus Maximus.
A acusação teve origem na força-tarefa Greenfield, uma ramificação da Lava Jato criada em 2016, após a CPI dos Fundos de Pensão no Congresso, com o objetivo de apurar irregularidades nas fundações patrocinadas por empresas públicas ou de economia mista. A Greenfield investigou agentes públicos, fundos de investimentos, empresários e agentes financeiros suspeitos de crimes contra o sistema financeiro, corrupção, lavagem de dinheiro e gestão temerária. A força-tarefa foi encerrada em 2021.
A CVM aponta práticas ilícitas, como contratações fraudulentas, sobrevalorização de avaliações e transferências de riqueza.
Na última quinta-feira, o jornalista abordou o caso em seu programa, Paulo Figueiredo Show. Ele revelou que o processo em que era acusado foi arquivado pelo tribunal de apelações. Sobre a multa da CVM, Figueiredo classificou a ação como ridícula e o valor como absurdo. Ele também alegou que não foi citado no processo e foi condenado sem o direito à defesa, qualificando o caso como uma perseguição contra ele.
